MUITEZA
(s.f.) - por Dom Lito
1. muito com tesão
2. qualidade do que é muito
MUITEZA
(s.f.) - por Dom Lito
1. muito com tesão
2. qualidade do que é muito
MUITEZA
(s.f.) - por Dom Lito
1. muito com tesão
2. qualidade do que é muito
Nascimento e (In)dependência
de Hipocrisis a Pia Fraus
Hipocrisis é um processo indefinido em sua temporalidade, podendo ser atualizado anualmente ou interrompido em um determinado tempo e ser retomado, ou não. É um projeto que se permite ser ouroboro em sua essência e em suas linguagens.
“Hipocrisis” é uma persona que imprime algumas incongruências humanas. Debocha da nossa capacidade de sermos hipócritas ao tempo que negamos esta condição enquanto nossa. Embora estejamos sempre dispostos a condicioná-la ao outro. Tornamos alheia uma característica humana, se a hipocrisia fosse personificada ela não seria hipócrita.
Ao pensar a hipocrisia, passei a me dedicar ao tema e cheguei à simbologia dos espelhos e ao termo "Pia Fraus", que em vias gerais e genérica é uma expressão advinda do latim que significa “mentira piedosa”, “mentira sagrada” (Gustavo B. N. Costa, 2009). A mentira é uma ironia da vida, nós mentimos quando sabemos que a nossa verdade não vai mudar a vida do outro, apenas entristece-lo. Nós mentimos para nós mesmos, mas pelo oposto: por já estarmos tristes. Somos guiados por uma verdade humana que de algum modo faz sentido internamente. Nós mentimos que não estamos mentindo, mas a parte mais profunda de nós nos reconhece, colocando-nos diante dos mais variados espelhos. A mentira sagrada usa um véu e o que tem por baixo é profano. Acessar essa realidade angustiante não foi uma escolha, foi um mecanismo furtivo e doloroso.
Foi quando assumi para mim essa persona enquanto artista para fazer autorretratos e editá-los de modo que chegue ao que eu chamo de “autorretrato metafísico”, uma tentativa utópica e empírica de fotografar “o dentro”. E assim, Hipocrisis pariu sua mãe, Pia Fraus. Ambas tentam apenas se posicionarem como seres que tem em si a consciência bruta de pensar sobre seus sentimentos mais profundos e sobre suas ações. Uma satura em cores, tem um escracho óbvio, tosco e social; a outra é uma tentativa de compreensão tão imersa em si que se dispõe a ser partilhada.
Produção e Modelo: Maria Soares
Maia Gonçalves.